terça-feira, 21 de julho de 2009

"Querida Juliana,

Alguém vai tentar verbalizar aquilo que se eu pudesse te diria…

Fomos muito felizes juntos, não fizeste nada e nem ninguém me arrancou de ti, simplesmente (como acontece com todos os seres vivos, independentemente da sua forma física) tive que partir para um nível diferente… provavelmente já renasci de novo e tenho outra forma física, sou uma flor, uma planta, uma ave, uma pessoa… um gatinho…

Nós, os gatos, falamos uma linguagem diferente dos humanos e por isso não te consegui transmitir de forma a perceberes tudo aquilo que senti quando vivi contigo, a felicidade e alegria que me proporcionaste, todo o conforto e amor que me deste.
Mas tu e eu sabemos que existiu, pois no coração daqueles que nos amam vivemos de forma eterna…

Fico triste por saber que continuas a sofrer e mais triste me sinto por saber que não te posso ajudar porque já não estou contigo fisicamente e já não vou estar nunca mais… e apesar de isto ser derradeiro e muito triste, é uma verdade que temos que aceitar…

Mas daqui deste sitio onde estou (e onde não há sofrimento) mando-te esta mensagem através desta pessoa que conhece muitas pessoas que como tu, que perderam amigos, companheiros, e sofreram como tu estás a sofrer e que apesar de jamais esquecerem ou substituírem os que partiram, conseguiram dar amor a outros que (como eu um dia), precisam de ti e de tudo aquilo que tens para dar e precisas de dar desesperadamente.

A minha sugestão é que deixes que te apresentem “alguém”… alguém que te escolha a ti através delas… Pensa que elas já te conhecem um pouco, que já sabem que sou eu que tu procuras em alguém em quem me possas voltar a ve um pouco, através de um olhar, através de algo que me faça voltar para ti um pouquinho… e se te deixasses ser escolhida por “alguém”?

Deixa-te amar!!!

Com muitas saudades, do céu para ti, Afonso"

(Obrigada Mia, pelo textinho)