quarta-feira, 11 de novembro de 2009


Passam dias, semanas sem que eu cá venha…
Pode parecer obsessão, mas para mim ver estas fotos, ler tudo isto é mais que um sacrifício…
Foi quase a um ano que eu fiquei sem uma das coisas mais preciosas em toda a minha vida, sempre fui muito apegada a tudo, especialmente a todos os animais que tive, mas o Afonso era algo de inexplicável… significava tanta coisa. Não era “só um gato”, nenhum gato é “ só um gato” como nenhum outro animal é só um animal.
Faltam-me palavras para descrever este menino, este amigo, este companheiro…. Faltam palavras e sobram lágrimas. Sim ainda sobram demasiadas lágrimas. Mas dentro de todas as palavras que me faltam não existe espaço para a palavra “só”. Tu Afonso, não foste só um gato, de nome Afonso a quem eu me apeguei de forma demasiadamente excessiva.
Não houve excessos, pelo contrário, quando toca a amigos, nunca há excessos, apenas belos gestos de retribuição dos nossos sentimentos.
Tu eras “só um gato”, mas eras “só um gato” especial… quantas vezes olho para a janela e espero ver-te lá deitado, ao sol… quantas vezes olho para as escadas e me lembro de quando as descias a arrastar tudo quanto era manta ou peluche… quantas vezes abro a porta da garagem e espero ouvir-te miar atrás de mim e exigir comida… quantas vezes me fazes falta no meu colo, em cima dos meus pés durante a noite… pendurado nos armários ou simplesmente a espreitar da sala para a cozinha na hora das refeições… e quando eu chegava de Coimbra com a tua recepção fantástica de gato presseguidor à procura dos mimos que lhe faltaram durante a semana.
Eras ”só um gato” mas encantavas todos com a tua malandrice e inteligência… não é por teres sido o meu gato, mas eras simplesmente fantástico… e continuarás a ser por muito que tentem apagar a tua existência cá de casa.
Não foste um momento, não fostes uma passagem, foste uma vida, uma curta vida repleta de momentos fantásticos…
Foste tudo aquilo que ainda és agora, só que com saudade e lágrimas…