Eterno amigo...

Já não sei muito porque escrevo, como escrevo, escrevo apenas... este blog é o meu refugio nas horas de maior dor, quando aquele aperto surge no coração, quando te ouço ou te vejo correr escada a baixo. Mas afinal não és tu, apenas mais uma vez a imaginação a querer fazer-se real.

Os meus dedos obedecem ao meu pensamento e transmitem em forma de letras a dor que eu ainda sinto, as lágrimas caem pelo meu rosto cada vez que os teus lindos olhos me olham. Onde estás tu Afonso, porque nos separaram, porquê tudo isto? Tínhamos tanto para viver juntos, para ser.mos felizes cada um ao seu jeito. A racionalidade humana começa procura de culpados para tudo isto, sinto-me culpada, não devia ter deixado, tu entregaste-me a tua vida e eu trai-te, deixei-te morrer. Desculpa Afonso, mas agora estou a pagar e nem sabes quanto, desculpa ter-te deixado assim, eras um gatinho feliz... doido, mas feliz e devias continuar a ser. Dói tanto tudo isto.

Onde estás tu meu Afonso? Onde estás?

Há um vazio em casa que necessita de ser preenchido, cantinhos que ficaram desertos com a tua partida, rituais que se desfizeram, momentos que permanecem num passado que cada vez se torna mais distante, surgem medos relacionados com o esquecimento de um amigo que eras tu... mas medos que não passam disso mesmo, apenas medos. Não serás esquecido nunca, Nunca disso te garanto... não serás substituído, não serás remetido ao passado que já não volta. Serás o que sempre foste, o meu menino d'ouro, nenhum outro ocupará o teu lugar. Ocupará sim os cantinhos vazios da casa, criará novos rituais, novos momentos, mas nunca serás tu, nem tu serás outros. Cada um no seu lugar, cada um no seu cantinho.

Tu terás sempre aquele lugar especial. Aqui bem juntinho ao peito, dentro de mim, nas minhas tristezas, nas minhas alegrias, naqueles momentos em que é bom chorar, recordar,rir... naqueles momentos que são nossos, meus e teus.... e em que eu de lágrimas no rosto te direi que te amarei sempre, estejas tu onde estiveres...